sábado, 26 de maio de 2007

Projeto Piloto de Telecentro facilita acesso a pessoas com deficiência

Um projeto piloto de inclusão digital implementado há um ano no Distrito Federal está ajudando pessoas com deficiência a conseguir uma vaga no mercado de trabalho. O Telecentro Acessível, instalado em Taguatinga, foi projetado para que equipamentos de informática, softwares e todo o ambiente físico do local não oferecessem nenhum tipo de barreira aos deficientes físicos e mentais, que usam a internet para consultar bancos de dados de empregos e enviar currículos.

O projeto é uma iniciativa da organização sem fins lucrativos Acessibilidade Brasil e do Ministério do Trabalho e Emprego, com apoio do Ministério de Ciência e Tecnologia. Os resultados da experiência e a metodologia usada para a inclusão digital das pessoas com deficiência foram apresentados num seminário ocorrido no último dia 24 no Senado Federal.

Segundo a coordenadora geral de Qualificação do Ministério do Trabalho, Tatiana Scalco Silveira, dos mais de 12 mil usuários que freqüentaram o telecentro desde que o espaço foi inaugurado, 4 mil apresentam algum tipo de deficiência. Ela não soube informar o número de pessoas que conseguiram uma oportunidade de emprego, mas disse que o resultado é expressivo.

Para a representante da Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde), da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Carolina Sanchez, é preciso investir mais em iniciativas como o Telecentro Acessível, capazes de aumentar a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

A coordenadora geral de Qualificação do Ministério do Trabalho, disse que o governo federal estuda a possibilidade aproveitar a experiência para, gradativamente, adaptar os cerca de 3 mil telecentros existentes no país às necessidades das pessoas com deficiência. Uma das mudanças necessárias seria a capacitação de atendentes dos telecentros. Segundo dados do Censo 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 14,5% da população brasileira apresentavam algum tipo de incapacidade ou deficiência.

O presidente da Acessibilidade Brasil, Guilherme Lira, afirma que a maior parte das pessoas com deficiência é de baixa renda. Lira também destacou que, além de usar a internet para conseguir um emprego, elas têm acesso à informação, à cultura, ao lazer e à pesquisa.

Sem mencionar valores, ele disse que o custo para construir um telecentro nos moldes do projeto piloto é baixo, principalmente porque os programas de computador são software livre e podem ser baixados de graça na internet. Ele citou o exemplo do programa leitor de tela, usado por pessoas cegas, que está disponível no site da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Outra tecnologia disponível é um programa de comando de voz, que permite pessoas com mãos amputadas utilizar o computador.

Fonte: Agência Brasil

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