Nei Moreira
O gênero Leopardus, estudado neste trabalho, possui três espécies: o gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus), a jaguatirica (Leopardus pardalis) e o gato-maracajá (Leopardus wiedii). Essas três espécies estão incluídas na lista oficial de espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção, publicada pelo IBAMA. Para a criação e manutenção de um banco de reserva genético em cativeiro devemos, urgentemente, aumentar a eficiência reprodutiva e diminuir a taxa de mortalidade neonatal. Assim, este trabalho visa especialmente contribuir para esse objetivo, auxiliando na conservação dessas espécies ameaçadas.
Uma série de estudos enfocou a (1) comparação entre amostras fecais secas e úmidas para análise por radioimunoensaio de esteróides em felídeos do gênero Leopardus; (2) hormônios esteróides reprodutivos e atividade ovariana em felídeos do gênero Leopardus; (3) validação de um método de enzimoimunoensaio (EIA) para a determinação de estrógeno em fezes de pequenos felídeos; (4) efeitos das condições de cativeiro nos aspectos reprodutivos e adrenocorticais em fêmeas de gato-do-mato-pequeno e gato-maracajá; (5) progestágenos, estrógenos e corticóides fecais durante gestação, parto e pós-parto em gato-do-mato-pequeno e gato-maracajá; (6) reprodução em fêmeas de pequenos felídeos sul-americanos.
Houve boa correspondência entre as concentrações de esteróides em amostras fecais secas versus úmidas entre as espécies (P <>
O método de EIA foi validado através da demonstração do paralelismo dos resultados com o RIA. As fêmeas de gato-do-mato-pequeno apresentaram um decréscimo na atividade ovariana e um concomitante aumento nas concentrações de cortisol, um indicativo do estresse induzido pela mudança de um recinto grande e ambientado, para um recinto pequeno e vazio.
Os perfis hormonais apresentados durante gestação, parto e lactação em gato-do-mato-pequeno e gato-maracajá assemelham-se muito em linhas gerais aos de outros felídeos, sugerindo que esses mecanismos sejam conservados no táxon, apesar da taxa de excreção de esteróides ser mais espécie-específica. Dessa forma, espera-se que a compreensão da fisiologia reprodutiva e do comportamento dessas espécies, possa conduzir a melhores estratégias de manejo, que resultem em diminuição do estresse e aumento do sucesso reprodutivo.
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