sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Biblioteca de teses – Carlos Alberto Morais Passos

Sistemas agroflorestais com eucalipto para uso em programas de fomento florestal, na região de Divinópolis, MG

Carlos Alberto Morais Passos

O objetivo deste trabalho foi fazer uma avaliação inicial de desenhos agroflorestais com eucalipto, para uso em programas de fomento florestal, na região de Divinópolis MG. A partir de um diagnóstico da região de ação do programa de fomento florestal da Pains Florestal S. A, foram desenhadas e avaliadas alternativas agroflorestais, quanto aos critérios de produtividade, rentabilidade financeira e de impactos ambientais.

Foi adotado o método taungya, e os desenhos agroflorestais consistiram nos consórcios do Eucalyptus urophylla, plantado nos espaçamentos de 3 x 2, 4 x 1,5, 5 x 1,5, 9 x 1 e 5 x 2 m, com cultura de arroz ou feijão, entre as fileiras de árvores, por ocasião da implantação florestal e um ano após a esta. Foram comparadas as produtividades dos consórcios com a dos monocultivos agrícolas e florestais, nos respectivos espaçamentos.

As variáveis usadas na avaliação da produtividade foram a produtividade efetiva de grãos e o volume de madeira comercial, considerado como o da primeira tora de 3 m, tendo sido comparadas por meio do índice de equivalência de área. A rentabilidade financeira foi avaliada pelos critérios da razão beneficio/custo e do custo da madeira em pé. Além dessas variáveis, foi feita uma análise do desempenho das árvores quanto ao DAP, à altura total, à altura dominante e à sobrevivência. A avaliação de impactos ambientais foi feita pelo método da matriz de interações e pela listagem de controle.

Os resultados obtidos mostraram que os consórcios foram mais eficientes no uso do solo e tenderam a ser mais rentáveis financeiramente do que os monocultivos de eucalipto. O monocultivo de feijão obteve a maior rentabilidade financeira, enquanto os consórcios com feijão foram mais produtivos e eficientes na utilização do solo que os outros desenhos testados, sendo, também, mais rentáveis financeiramente que as demais alternativas florestais e agroflorestais. Observou-se a tendência de a produtividade florestal ser afetada negativamente pela redução da densidade de árvores e ser indiferente quanto à distância entre fileiras de árvores e de a produtividade de grãos ser favorecida por esta redução da densidade ou pelo aumento da distância entre fileiras de árvores.

Os impactos ambientais negativos do uso do método taungya incidiram, principalmente, sobre os meios físico e biótico das fases de implantação e de manutenção, sendo, na maioria, negativos, diretos, de abrangência regional, permanentes e irreversíveis, necessitando, portanto, da adoção de medidas mitigadoras preventivas desses impactos ambientais, pelos proprietários rurais e empresas fomentadoras, de forma a elevar a sustentabilidade destes programas.

Os impactos positivos incidiram, na sua maioria, sobre o meio antrópico das fases de implantação e manutenção, justificando o uso do método taungya, em programas de fomento florestal. No entanto, é necessária a adoção, pelos proprietários rurais, pelas empresas fomentadoras e pelos órgãos governamentais, de medidas que potencializem os impactos ambientais positivos, de forma a ampliar os seus benefícios.

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