As duas instituições já definiram que o trabalho prevê a formulação de um sistema de indicadores de sustentabilidade especialmente para a avaliação, gestão ambiental e eventual certificação da produção sustentável do dendê. Os esforços e definições sobre o tema fazem parte do Projeto de Interesse Comum (PIC) e estão na agenda do Labex Europa e do centro de pesquisa sobre plantas perenes do Cirad, ambos sediados em Montpellier, França.
Autor do projeto naquela unidade do Labex Europa, o pesquisador Geraldo Stachetti Rodrigues, diz que o PIC está em uma fase bastante avançada, tendo, inclusive, iniciado as negociações para que seja submetido à revisão por uma agência de fomento à pesquisa. Para execução das ações os especialistas avaliam a necessidade de 260 mil euros.
Para Stachetti o estudo de caso da cultura do dendê é extremamente vantajoso. “Isso porque traz uma série de valores interessantes à pesquisa, pois se insere no contexto da atual Política Nacional de Produção de Biocombustíveis”, argumenta o especialista. Outro ponto: a pesquisa se refere ao bioma amazônico, prioritário para iniciativas de conservação e integração agroflorestal, além de viabilizar o envolvimento de várias unidades descentralizadas da Embrapa, dedicadas ao tema agroenergia.
Segundo Geraldo Stachetti a base para o PIC está justamente na experiência da Embrapa aos temas relacionados a agricultura sustentável, para qual são necessárias ferramentas para a avaliação. Entre elas estão os sistemas de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) e o APOIA-NovoRutral.
Atualmente o APOIA-NovoRural (que conta com 62 indicadores, integrados em cinco dimensões de sustentabilidade) foi adaptado como um instrumento de política pública em um projeto realizado em parceria com o Programa Cooperativo para o Desenvolvimento Tecnológico Agroalimentar do Cone Sul (Procisur). Stachetti diz que o sistema está em uso pelo Ministério de Ganaderia, Agricultura e Pesca do Uruguai, num estudo financiado pelo Banco Mundial e o Global Environmental Facility (GEF).
Fonte: Deva Rodrigues / Embrapa