quarta-feira, 16 de maio de 2007

Robô para limpeza de dutos de ar-condicionado

O aquecimento global se transformou no tema da vez nas rodas de discussões sobre os problemas ambientais que podem afetar a ‘saúde’ do planeta e de seus habitantes ao longo das próximas décadas. Mas dentro dos escritórios, auditórios, plenários, teatros e outros espaços artificialmente refrigerados onde o assunto é debatido, uma outra ameaça tem sido negligenciada por autoridades, lideranças empresariais e especialistas em saúde pública: o ar que respiramos. É o que afirma o engenheiro e empreendedor Alexandre Etchebehere, da Robô-In.

Segundo Etchebehere, análises bacteriológicas realizadas por agências particulares e públicas, dentro e fora do país, têm evidenciado a presença de microorganismos nocivos à saúde dentro de um grande número de edificações climatizadas. Entre estas, os hospitais ocupam o topo das preocupações das autoridades governamentais, que desde o final dos anos 90 buscam uma regulamentação adequada para o setor. De acordo com esses relatórios, uma das principais causas para essa contaminação são os dutos por meio dos quais o ar é conduzido aos diferentes espaços dos edifícios.

Em busca de uma solução para o problema, Etchebehere, em associação com a empresa Frioterm, criou um robô multiferramenta capaz não só de percorrer e limpar os dutos dos sistemas de ar-refrigerado, mas também de higienizá-los. O desenvolvimento do robô, que tem apoio da FAPERJ através do edital Rio Inovação, deve entrar em produção até o final de 2007.

Equipado com uma escova e um sistema de aspiração semelhante ao dos aspiradores de pó domésticos, o mecanismo é capaz de limpar as tubulações sem espalhar os resíduos pelo resto do duto.

O Robô-In possui igualmente uma garra para pegar objetos como plásticos, madeiras, pedras vidros etc. Dotado de uma pá, ele ainda é capaz de recolher resíduos como areia, pedras de pequeno porte e lixo. Controlado por um joystick, o mecanismo recebeu uma fonte de luz e uma câmera que transmite imagens de alta definição do ambiente – seja o interior de tanques, tubulações industriais, galerias ou forros – para um monitor do lado de fora.

Associado a empresa Frioterm Engenharia Ltda., Etchebehere finaliza os últimos detalhes de sua invenção para que o equipamento possa ser produzido em série.

O preço das primeiras unidades deve ficar entre 6 e 15 mil dólares cada, segundo as estimativas do projeto e dependendo da configuração do equipamento. O preço de modelos importados com características semelhantes gira hoje em torno de 28 mil dólares. De acordo com dados da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento - ABRAVA, há no país cerca de 120 empresas associadas e especializadas na instalação e manutenção de ar-condicionado, e cerca de 50 delas são ou pretendem ser prestadoras de serviços de limpeza e higienização.

Desenvolvido dentro do conceito de plataforma tecnológica, Etchebehere espera estender a aplicabilidade do robô às necessidades de inspeções submarinas, como nas plataformas de petróleo.

Mais informações nos sites do Robô-In e da Frioterm.

Fonte: FAPERJ

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