sexta-feira, 20 de abril de 2007

Proteína de bactéria amazônica tem ação antimicrobiana

Não é de hoje que o consumo de proteínas é considerado uma exigência por parte dos nutricionistas e dos adeptos à alimentação saudável e equilibrada. Mas, nos últimos anos, a Biologia Molecular introduziu um novo olhar sobre o papel da proteína, apresentando-a como matriz do desenvolvimento de novos produtos com aplicação biotecnológica.

Em Manaus (AM), as lentes dos microscópios estão voltadas para a bactéria Chromobacterium violaceum. O estudo do genoma da espécie acusou possível ação antimicrobiana, com potencial emprego no combate a doenças como a leishmaniose, malária, dengue e doenças causadas por fungos. Além disso, análises laboratoriais demonstraram a facilidade com a qual a espécie se adapta aos diferentes ambientes extremos. Os pesquisadores crêem que existem mecanismos moleculares de fonte protéica responsáveis por essa façanha.

O uso da palavra “Proteoma” na literatura científica é novo. Ela significa "conjunto de proteínas expressas por um Genoma" - conjunto de toda a informação hereditária de um organismo, codificada em seu DNA. O seqüenciamento dos DNAs das espécies é um passo importante no estudo geral das funções e formas das proteínas, pois nesse processo deduz-se a seqüência de aminoácidos, ou seja, a estrutura primária das proteínas.

No entanto, ele revela pouco sobre o desempenho de suas funções individual ou coletivamente e não consegue identificar com precisão quais proteínas atuam, de fato, numa determinada célula, num momento específico. Por isso, estudos mais detalhados, por meio de análises de proteomas, tornam-se necessários.

"As proteínas sofrem modificações qualitativas e quantitativas, dependendo do estado fisiológico da célula ou do efeito de fatores físicos e químicos (drogas, doenças etc.). É o proteoma que indica esse estado da célula ou do fluído biológico num determinado tempo. Muitas informações moleculares necessárias para o funcionamento da célula só estão disponíveis em nível de proteínas, nunca no genoma (DNA) ou transcriptoma (RNA)", explica o coordenador da Rede Proteômica do Amazonas, Jorge Luis López Lozano, que também é professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Segundo Lozano, o nível de informação no DNA é relativamente "constante" durante todo o ciclo de vida de uma espécie, independente de variações no meio ambiente. Já o fluxo da informação em nível de proteínas, qualitativa e/ou quantitativamente, muda no tempo e no espaço (na membrana celular, organelas etc.). O mesmo tipo de célula é capaz de expressar proteomas distintos, se ambas forem expostas à ação de drogas ou até mesmo estresse.

"Um exemplo simples: compare uma foto sua de dez anos atrás com uma atual, e veja o que aconteceu? Mudaram as suas proteínas, mas a sua informação genética ainda é a mesma", esclarece Lozano.

A matéria na íntegra segue aqui.

Fonte: Agência C&T

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