O subsistema foi desenvolvido pela empresa Opto Eletrônica, de São Carlos (SP), para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), responsável no Brasil pelo Programa CBERS.
Trata-se da primeira câmera no gênero inteiramente desenvolvida e produzida no Brasil. O CBERS-2, atualmente em órbita, carrega uma câmera com funções semelhantes, porém produzida na China.
O contrato entre o Inpe e a Opto cumpre uma das funções do programa espacial brasileiro, que é a qualificação da indústria nacional. "Um dos desafios do programa espacial é, além de qualificar a empresa e gerar empregos dentro do contrato específico, conseguir fortalecê-la para que atue no mercado competitivo em todas as suas áreas de atividade", explica Gilberto Câmara, diretor do Inpe.
"A Opto é o melhor exemplo do sucesso desse desafio. É uma empresa que tem como carro-chefe a área médica, na produção de equipamentos para oftalmologia; odontológica, na produção de microscópios cirúrgicos e refletores, e industrial, na produção de equipamentos e projetos para medição a laser. Entretanto, a cooperação com o Inpe, no setor espacial, dá muito mais condições à Opto de estar à frente desse cenário muito competitivo em que está inserida", ressalta.
Para Câmara, a Opto é o resultado da bem-sucedida interação e integração da universidade com as necessidades do mercado. "Os diretores da Opto vêm de uma universidade forte (São Carlos), com pessoas muito qualificadas. A empresa deles, por sua vez, sendo também forte, se torna fornecedora do Inpe, o que favorece a sua competitividade em um mercado bem diferente do setor espacial".
"Ao desenvolvermos projetos na área espacial, estamos sempre trabalhando no limite tecnológico, e isso é bastante positivo", afirma o presidente da Opto Eletrônica, Jarbas Caiado de Castro Neto.
"A câmera MUX é um projeto muito importante para nós, na medida em que estamos sempre buscando o limite em óptica e eletrônica, dada a quantidade enorme de dados que o equipamento precisa registrar, armazenar e transmitir do espaço para a Terra. Além disso, temos que obter sempre um ganho de qualidade, para assegurar a performance e a confiabilidade, visto que o subsistema de um satélite, uma vez em órbita, dificilmente pode ser reparado, em caso de problemas", explica.
MUX e WFI
Uma equipe de 30 profissionais, entre técnicos, engenheiros e físicos se encarrega dos subsistemas óptico, eletrônico e estrutural da câmera MUX, que será totalmente desenvolvida e produzida pela Opto. A empresa é responsável pelo desenvolvimento do conjunto de equipamentos para calibração e testes em Terra da câmera, além dos ensaios térmicos e estruturais. Após os testes nessa área será iniciada a fase de Modelo de Engenharia.
A MUX é uma câmera de
Fonte: Assessoria de Imprensa do INPE / Agência CT
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