segunda-feira, 25 de junho de 2007

Estratégias podem unir pesquisa à produção de fármacos

O mapeamento das competências do Brasil na área da pesquisa e desenvolvimento de fármacos (matéria-prima dos medicamentos), a criação de uma base de dados dessas informações e a implantação de um Laboratório Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos são estratégias que podem fazer o Brasil avançar na área.

A proposta é fruto da pesquisa de doutorado do farmacêutico Silvio Barberato Filho em que analisou os aspectos econômicos e técnicos do desenvolvimento de fármacos e procurou discutir caminhos para que o Brasil avance nessa questão.“As empresas e universidades brasileiras não conseguem desenvolver medicamentos a partir do conhecimento científico”, afirma o pesquisador que apresentou a tese na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.

A primeira estratégia delineada por Barberato é o mapeamento das competências do Brasil na área da pesquisa e desenvolvimentos de fármacos. Segundo ele, esse fator dificulta o avanço no desenvolvimento de fármacos e sua posterior comercialização como medicamentos.

O pesquisador diz que com o mapeamento, pode-se criar uma base de dados como forma de difusão das patentes existentes e dos trabalhos de cada grupo de pesquisa.

A terceira estratégia propõe a criação de um Laboratório Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos, que funcionaria como um centro de articulação das iniciativas nesta área do conhecimento. O laboratório disponibilizaria ferramentas tecnológicas para uso compartilhado, o que possibilitaria maior rapidez nesse processo.

Barberato constatou que as empresas farmacêuticas brasileiras não priorizam a pesquisa, como acontece no exterior. O conhecimento científico na área de fármacos no país está restrito às universidades, que, no entanto, encontram dificuldades para transformar a pesquisa em produto comercializado.

Outro obstáculo que o País enfrenta é relativo ao longo período do processo de pesquisa. Segundo Barberato, a pesquisa de um novo fármaco dura em média 10 a 12 anos e isso diminui o interesse das empresas para desenvolver o medicamento a partir do conhecimento científico.

O pesquisador acredita que oprocesso de patente precisa ser acelerado para que as empresas se interessem pela pesquisa das universidades e assumam a continuidade do processo ou participem dele.

Mais informações: (0XX15) 2101-7041 com Silvio Barberato Filho

Fonte: Mariana De Felice / Usp Online

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