sábado, 5 de maio de 2007

Parâmetros para estudo na costa amazônica

Cerca de cem pesquisadores e técnicos ligados a estudos sobre a zona costeira e a porção oceânica da Amazônia foram reunidos, do dia 1° até o 5° de maio, na ilha de Mosqueiro, a 80 km de Belém do Pará, para planejar ações dos projetos PIATAM mar - Projeto Potenciais Impactos Ambientais do Transporte de Petróleo e Derivados na Zona Costeira Amazônica -, e PIATAM Oceano - Potenciais Impactos Ambientais da Exploração, Produção e Transporte do Petróleo e Derivados na Região Oceânica Equatorial Brasileira.

Além dos preparativos para a expedição-piloto do projeto Piatam mar, marcada para a primeira quinzena de junho, na pauta da reunião constavam temas como a definição dos protocolos para a coleta de dados das 24 linhas de pesquisa e metas de integração a serem desenvolvidos até 2008 pelos projetos Piatam mar e Piatam oceano.

Os participantes do encontro discutiram:

- a catalogação dos estudos socioambientais já realizados sobre as zonas costeira e oceânica da Amazônia;

- a realização de expedições para a geração de mapas de sensibilidade ao derramamento de óleo e à estruturação de um grande banco de dados geo-referenciados sobre a região;

- o estabelecimento de um código de ética para publicações e a utilização dos dados derivados dos projetos Piatam mar e Piatam oceano;

- a futura integração dos bancos de dados dos dois projetos.

Piatam mar

Iniciada em outubro de 2006 e com metas que se estendem até novembro de 2008, a segunda etapa do projeto Piatam mar conta com 230 pesquisadores, técnicos e bolsistas e um investimento de R$ 7 milhões, que resultará na geração de mapas sensibilidade ao derramamento de óleo em terminais de abastecimento e unidades de conservação situados em áreas costeiras do Pará, Amapá e Maranhão. No Maranhão, as áreas incluídas são os terminais de Itaqui, em São Luís, e a área de proteção ambiental da Ilha dos Caranguejos.

No Pará serão priorizadas ações no porto de Outeiro, terminais de Miramar e Vila do Conde, além da Reserva Extrativista de Soure. No Amapá serão dirigidos esforços para o Porto de Santana e para a Reserva Biológica de Lago Piratuba, no Cabo Norte.

Coordenado pela UFPA, o projeto iniciou suas atividades em 2004 (primeira fase), para produzir informações atualizadas sobre recursos naturais e ecossistemas costeiros e apoiar a Petrobras na gestão ambiental e em ações preventivas para casos de acidentes com o transporte de óleo e derivados na costa norte.

Os projetos Piatam investem fortemente na formação e capacitação de especialistas para áreas amazônicas. Nesta segunda fase, o Piatam mar dispõem de cerca de R$ 960 mil em bolsas de pesquisa – cinco de doutorado, 30 de mestrado, uma especialização e 46 para iniciação científica.

Piatam oceano

Iniciado em maio de 2006, o projeto está em sua primeira fase de atuação e reúne seis linhas de pesquisa e cerca de trinta pesquisadores da UFPA, do Laboratório de Geologia Marinha da UFF, do Museu Goeldi, das universidades Federal e Estadual do Maranhão e das fundações Instituto Oswaldo Cruz e Euclides da Cunha.

Seus estudos têm como foco principal as águas profundas — de 20 a até 3.500 metros de profundidade —, na área que compreende as bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, e da foz do Oiapoque, no Amapá, à foz do Parnaíba.

Com o objetivo de gerar mapas e modelos que auxiliem ações de produção e escoamento de petróleo e derivados na costa norte brasileira, a ação contará com R$ 2,9 milhões até maio de 2008 para reunir a informação científica já produzida sobre o Atlântico Amazônico em um banco de dados geo-referenciado e também para a produção de mapas de sensibilidade ambiental.

A segunda fase do Piatam oceano, prevista para o período entre 2008 a 2010, se dedicará ao levantamento de dados em campo, com expedições nos navios oceanográficos da Marinha do Brasil, que é parceira institucional do projeto.

Na reunião na ilha de Mosqueiro, os membros do Piatam oceano farão um resumo atualizado dos conhecimentos já reunidos sobre a região oceânica da Amazônia, apresentarão um Manual de Gestão e também entregarão os resultados preliminares de seu primeiro produto, um mapa batimétrico e sedimentológico das águas profundas da costa norte.

O Piatam oceano tem como financiadora a Petrobras e como proponente e executoras as UFF e UFPA, e a Fundação Euclides da Cunha. Além da coordenação, de uma administração financeira e de um comitê científico, o projeto atualmente conta com grupos de trabalho e pesquisa voltados para a gestão, tecnologia da informação e comunicação, oceanografia física (meteoceanografia), oceanografia química, oceanografia geológica e oceanografia biológica.

Fonte: Serviço de Comunicação Social do Museu Goeldi / Agência CT

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