segunda-feira, 14 de maio de 2007

Método inédito de identificação do sexo de tuviras

Pesquisadores da Embrapa Pantanal, desenvolveram um método inédito de identificação do sexo de tuviras que apresenta margem de acerto de 94%. A novidade é fundamental para o sucesso do programa de reprodução da espécie, utilizada como isca-viva nas pescas esportivas de dourado, pintado, barbado e jaú, entre outros. A previsão é de que até 2009 a técnica de produção intensiva do peixe já esteja consolidada e colocada em prática.
Participam da iniciativa, que teve início em 2004, a FINEP, o Projeto Isca Viva, a Fundapam e o Projeto Pacu.

Para se ter uma idéia, estima-se que 70% dos cerca de 20 milhões de iscas-vivas coletadas anualmente em Mato Grosso são de tuviras. O peixe se destaca porque apresenta respiração aérea acessória, adaptação biológica que o torna capaz de sobreviver em ambientes com baixas taxas de oxigênio, que normalmente variam de zero a nove miligramas por litro de água. Para os pescadores esportivos, a característica é bem-vinda, pois podem manter a isca em recipientes anóxicos sem correr o risco da morte do animal. Como não resistem ao processo de armazenamento e transporte, até 50% do total de iscas-vivas coletadas sequer chegam a ser comercializadas.

Com auxilio do pesquisador Ricardo Robaldo, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), iniciaram-se os testes com ultrassonografia, adaptada pelo pesquisador Rotta às peculiaridades da tuvira, que possibilitaram definir uma metodologia mais eficaz para identificar o sexo do peixe.

Atualmente, a coleta das tuviras na região é feita pelas comunidades de isqueiros que vivem à beira das estradas pantaneiras.

A tuvira, de nome científico Gymnotus carapo, é também conhecida como sarapó, carapó, tira-faca, ituí-pinima ou ituí-terçado. Atinge até 60 centímetros de comprimento, embora seja mais comum encontrar adultos com cerca de 30 cm. Pertencente à mesma família do poraquê — peixe elétrico da Amazônia —, alimenta-se de pequenos peixes, larvas e insetos. Possui características incomuns, como a produção de descargas elétricas, que compensa a visão deficiente e garante a orientação espacial; e a respiração aérea acessória.

Fonte: FINEP

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