O projeto, que também deverá ajudar no estudo da estrutura estelar e da evolução das estrelas, tem participação direta de astrônomos brasileiros. Os dados obtidos pelo Corot são integralmente enviados à Estação de Satélites Científicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), localizada em Alcântara (MA).
De acordo com o professor Eduardo Janot Pacheco, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), que coordena a participação brasileira no projeto, a expectativa é que o satélite ajude a descobrir, em estimados três anos de vida útil, cerca de mil planetas gigantes do tipo de Júpiter e uma centena de outros com tamanhos semelhantes ao da Terra.
Segundo o astrofísico, o planeta agora descoberto, batizado como Corot-Exo 1b, é o primeiro resultado prático da missão.
O novo planeta é um gigante muito quente, próximo de sua estrela central – que é parecida com o Sol. O período orbital é de apenas um dia e meio e o raio foi estimado entre 1,5 e 1,8 vezes o de Júpiter.
“O Corot está observando cerca de 16 mil estrelas simultaneamente e cada trânsito de planeta diante de estrelas equivale a uma quantidade muito grande de dados a serem examinados. Procuramos esses trânsitos incessantemente e aguardamos com ansiedade encontrar planetas como a Terra”, disse Pacheco.
Segundo o pesquisador, o satélite detecta planetas ao registrar variações na intensidade da luz que eles causam quando passam diante de uma estrela. Mas essas variações são ínfimas: uma parte em 50 milhões da intensidade luminosa original.
De acordo com Pacheco, os dados sismológicos obtidos também foram importantes e indicam que será possível estudar com grande precisão a estrutura interna e a evolução das estrelas. “Quando detectarmos planetas rochosos, poderemos estudar a luz das estrelas refletida por eles, o que nos dará informações sobre a composição de suas atmosferas”, disse.
A contribuição brasileira para o projeto até o momento se deu por meio da utilização da estação de Alcântara, com a participação de cinco engenheiros na elaboração do software embarcado no satélite e com estudos científicos de pré-análise dos alvos do Corot.
“Equipes brasileiras da USP e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) também trabalham atualmente na elaboração de softwares de tratamento temporal de dados”, disse Pacheco.
O projeto tem participação da Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha e Brasil, cuja inclusão foi definida pela assinatura de um acordo entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (Cnes).
Mais informações no site do Corot.
Fonte: Agência FAPESP
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