quinta-feira, 19 de abril de 2007

Voltar a sorrir

Pesquisadores do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, desenvolveram um novo composto bioativo para reconstituir partes do rosto comprometidas por acidentes ou doenças.

A grande vantagem do material, formado por polietileno e partículas de fosfato de cálcio, é a fácil manipulação em laboratório de suas propriedades de rigidez e de maleabilidade, o que permite moldagem de acordo com curvas do esqueleto facial.

Como muitos acidentes faciais acarretam problemas de visão, uma das principais funções do novo material é restaurar o equilíbrio da região ocular. A prótese não influencia a parte funcional do olho, mas oferece as bases de sustentação do globo ocular para que a visão seja restabelecida.

Atualmente próteses similares são importadas por clínicas públicas e particulares no Brasil. Pelo fato de serem feitas basicamente de polietileno, além do alto custo, elas apresentam problemas de adesão por serem mais rígidas e quebradiças.

Na Escola de Engenharia da UFMG, o material foi submetido a testes laboratoriais de força e pressão e também foi implantado em coelhos. Os resultados positivos permitiram que o Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da UFMG aprovasse o início dos testes clínicos.

Rostos reconstituídos

Desde o início de 2005, sete pacientes que sofreram danos em partes ósseas da face foram operados no Departamento de Plástica Ocular do Hospital São Geraldo, com resultados considerados promissores. Ainda não foi verificado nenhum caso de rejeição, que pode ocorrer em até dez anos depois do implante.

Os estudos clínicos são coordenados por Clarissa Leite Turrer, médica especialista em cirurgia plástica craniomaxilofacial, e por Ana Rosa Pimentel de Figueiredo, chefe do setor de Cirurgia Plástica Ocular do Hospital das Clínicas da UFMG. O novo material ainda não está disponível comercialmente e também não há estimativa de custo.

Os resultados da pesquisa que deu origem ao compósito foram publicados nos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia. Para ler o artigo Estudo comparativo experimental de compósito bioativo de matriz polimérica para aplicação em cirurgia plástica ocular na substituição tecidual, disponível em pdf na biblioteca on-line SciELO.

Fonte: Agência FAPESP

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