sábado, 21 de abril de 2007

Projeto cana de meristema

O programa consiste na produção e distribuição, no período de quatro anos, de 60 milhões de mudas de cana-de-açúcar micropropagadas na Biofábrica Governador Miguel Arraes, pertencente ao Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene).

Os pesquisadores do Cetene querem fornecer ao setor privado cana-semente sadia, livre de patógenos que provocam doenças comuns, para aumentar a produtividade dos pequenos e médios produtores do setor sucroalcooleiro. A idéia é formar parcerias com a iniciativa privada nos estados que são maiores produtores de cana-de-açúcar no Nordeste.

O projeto vai permitir que pequenos e médios fornecedores tenham acesso ao mesmo material genético hoje disponível para as maiores usinas da região.

Alta produtividade

O trabalho da biofábrica consiste na micropropagação de materiais genéticos de alta produtividade tratados termicamente para a eliminação de patógenos. Com a técnica, é possível aumentar em até 30% o potencial produtivo da cultura, desde que associada à utilização de variedades mais produtivas e a um adequado uso de técnicas de cultivo e insumo.

O Cetene utilizará as variedades da Ridesa para a produção de cana-semente. As plantas matrizes serão obtidas nas estações experimentais da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em Carpina (PE), e da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), que integram a Ridesa.

Cada 15 mil mudas micropropagadas plantadas (viveiro primário) em um hectare dão origem a rebolos (ou canas-semente) suficientes para plantar 10 hectares e, em plantios secundários, 80 hectares de plantios renovados. Assim, como resultados do projeto, os técnicos esperam que 60 milhões de mudas produzam 4 mil hectares de viveiro primário e 40 mil hectares de viveiro secundário.

Essas plantas possibilitarão a renovação de até 320 mil hectares de cana-de-açúcar, entre 2009 e 2012, o que representa mais de 30% de toda a cana cultivada na região.

O projeto prevê que as mudas produzidas pela Biofábrica Governador Miguel Arraes e já aclimatadas sejam distribuídas gratuitamente com os assentamentos da reforma agrária que produzam cana-de-açúcar e com fornecedores de até 2 mil toneladas/ano.

Para os fornecedores de 2 a 10 mil t/ano, a contribuição para o programa seria de R$ 0,10 por muda. Entre 10 e 50 mil t/ano, R$ 0,15/muda e entre 50 e 100 mil t/ano R$ 0,20/muda e, acima disso, R$ 0,25/muda.

Para o fornecedor de até 2 mil toneladas não haverá aumento de custos de plantio. Já para o estrato entre 2 e 10 mil t/ano, o plantio com a utilização de canas de meristema representa cerca de 30% de acréscimo de custos apenas no viveiro primário. Entre 10 e 50 mil t/ano, o acréscimo representa 50% e, para os grandes produtores, 75%. Os custos dos viveiros secundários são idênticos aos do plantio comercial.

Fonte: Assessoria de Imprensa do MCT - Agência CT

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